A região do Pantanal, que passa pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no centro-oeste brasileiro, sofre a temporada de queimadas mais rigorosa da últimas décadas. De acordo com o Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), 2,34 milhões de hectares já foram consumidos pelas chamas, ou seja, 15% do bioma foi destruído pelo fogo.
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Mesmo com a estiagem, que reduz drasticamente o volume dos rios e aumenta a temperatura, boa parte das queimadas do Pantanal são causadas de forma ilegal, feitas por proprietários da região com o objetivo de preparar o solo para pastagem ou plantio.
As queimadas do Pantanal causaram prejuízos enormes a biodiversidade
Quando as queimadas avançam por áreas de conservação ou vegetação nativa, o resultado é desastroso para a biodiversidade. Tida como a maior área úmida continental do mundo, o Pantanal é o habitat de 4.700 espécies diferentes, entre plantas e animais. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, na região vivem pelo menos 132 mamíferos, 582 aves, 41 anfíbios e 113 répteis. Entre eles, estão animais símbolos da biodiversidade brasileira, como lobos-guará, jaguatiricas e onças-pintadas, que estão ameaçados de extinção.
Não há uma estimativa de quantos animais foram afetados ou mortos pelas chamas. Isso porque a resposta de cada espécie aos efeitos das queimadas é diferente, e depende do número de indivíduos na região afetada. O fato é que, mesmo depois das queimadas serem controladas, a devastação vai demorar muito para se recuperar.
A vegetação atingida pelo fogo vai reduzir a oferta de alimento, e com o índice dos rios baixos, o acesso a água também deve piorar. Estudiosos estimam que serão necessários até 30 anos para que a fauna do Pantanal volte ao normal.
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